Esta travessia, que teve inicio nos anos 90 através Jordi Laparra, Alfons Valls e Jaume Bonaventura, ligando o Mediterrâneo (Llançà) e o Atlântico (Hondarribia - Irun) em Btt, do lado sul dos Pirenéus, tornou-se hoje em dia uma travessia clássica para muitos bttistas.
É através do livro lançado pelo Jordi, da editora Prames, que a maioria dos que se propõem realizá-la, tem o livro como base de planeamento. De facto nota-se aqui e ali alguma desactualização. Apesar de hoje termos o GPS, como ferramenta indispensável para este tipo de travessia, no entanto, é um manual muito importante a ter em conta e que deve acompanhar-nos também.
Alguns trilhos encontram-se muito danificados e outros beneficiados, mas nota-se que a parte turística sabe que esta rota existe e sabe apadrinhá-la para cada vez mais cativar os aventureiros que de ano para ano a realizam.
Estamos de facto perante uma travessia dura! Dura pela sua extensão, pela diversidade de trilhos que se atravessam numa "simples" etapa, seja pelos declives acentuados ou pelas constantes alterações do clima (dependendo da altura do ano), enfim, falamos da Alta Montanha, a qual merece todo o respeito.
Segundo relatos, a melhor altura do ano para a realizar será desde Junho a Setembro (meados), arriscando ter as trovoadas de tarde (inicio de Junho e Setembro) ou encontrar temperaturas altíssimas (>30ºC) nos restantes meses.
Comecei no dia 20 de Maio e terminei a 2 de Junho de 2012, tive dias de chuva, trovoada, neve, ou seja temperaturas muito baixas e temperaturas a ultrapassar os 30º.
Cada etapa deve ser planeada o melhor possível, nomeadamente, comida e bebida. Tendo em conta que na alta montanha, para além de fontes de água, não existe qualquer outro tipo de logística, torna-se absolutamente necessário prever a falta de mantimentos e eventualmente água.
Em termos de bike, para além de uma revisão diária (final de etapa), é exigível uma revisão profunda antes do inicio da travessia. Aconselho vivamente: pneus novos (não muito macios), corrente nova, verificação da transmissão, rodas, inspeccionar raios, pastilhas novas, suspensão, tubagem dos travões e elos de corrente. Levando ainda câmaras de ar, remendos, raios, bomba de ar, pastilhas de travão, óleo e ferramentas adequadas para uma intervenção.
Cada bttista deve levar consigo um GPS, com pilhas suplentes e devidamente carregadas.
Quanto à questão o que levar como "sacos" de transporte? aqui deixo à consideração de cada um. No meu caso pessoal, prefiro alforges em detrimento de uma mochila, vice-versa, também aceito, ou seja, fica à consideração de cada um. Não aconselho extrawheel. Relativamente ao peso, tentar não ultrapassar os 5 a 6Kg de bagagem.
Fisicamente é muito exigente, mas acho que psicologicamente é fundamental estar preparado para o esforço físico e pelas adversidades que cada etapa nos oferece.
Achei uma travessia fantástica, soberba em termos de paisagens únicas, em que a superação pessoal no final de cada etapa relança-nos de imediato para a etapa seguinte, daí aconselhar vivamente a realizá-la. Aproveito para agradecer desde já aos amigos que me acompanharam nesta aventura: Didier, A. Cabaço e Bruno Malheiro.
Segue-se a descrição de cada etapa...
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