quinta-feira, 8 de julho de 2010

Etapa 4 – Belorado – Carrión de los Condes

Saímos cedo de Belorado (cerca das 7h30m), mais uma vez fomos encontrando peregrinos a pé que entretanto tinham pernoitado no mesmo Albergue… ao nos reconhecendo, lançava-nos palavras de incentivo… fuerza portuguesesbuen camiño… seguem-se as povoações de Tosantos, Villambistia, Espinosa del Camino e Villafranca.

Aqui, após uma pequena paragem, olhando para o vale que deixámos para trás, e após tirar algumas fotos, iniciámos a primeira subida da manhã… os Montes de Oca. Uma subida extensa que progressivamente se vai tornando suave nos solitários trilhos do Alto de la Pedraja, nos espectaculares bosques dos Montes de Oca.

Finalmente, depois de mais de 12 quilómetros, chegamos a uma pequena povoação com o nome de San Juan de Ortega, onde visitámos a sua Igreja. Daqui, entrámos num agradável trilho, cheio de árvores e imensos fetos, que nos conduziu a Agés.

Continuámos por estrada secundária até Atapuerca (povoação com imensas origens pré-históricas), superámos sem muitas dificuldades a Serra de Atapuerca, e, depois de passar por algumas povoações, chegámos a uma das partes mais chatas de todo o Caminho Francês: a larga entrada de Burgos fez-se a partir de um interminável polígono industrial com a catedral e o albergue no outro extremo da cidade, onde mais uma vez, atravessar uma grande cidade, é monótono, devido ao cuidado tanto com o trânsito, peões e como não “perder” o Caminho.

Passámos ainda por Villalbilla de Burgos, Tardajos e Rabé de las Calzadas, este povo é muito bonito... foi onde almoçámos… A partir daqui, continuámos a ter contacto com o tipo de caminho e paisagem que nos esperava nos seguintes dias: terras de cereais, sucessão de planaltos, solidão, horizonte infinito, povos austeros, temperaturas altas e falta de água…
Também neste trilho, encontrámos o primeiro, ou melhor, a primeira peregrina a cavalo, de origem francesa. Muito “triste”, mas ao mesmo tempo motivada, respondendo “só faço cerca de 10 km por dia… porque neste caso os animais, são soberanos… eles é que decidem o que andar diariamente"…entretanto, chegámos às ruínas de San Antón na companhia de 2 bttistas espanhóis.
Mais à frente, encontrámos um casal francês, na sua peregrinação a pé, passámos pela ermida de São Nicolás, agora convertida em refúgio de peregrinos, e cruzamos o rio Pisuerga pela bonita Puente Fitero, a qual une as províncias castelhanas de Burgos a Palencia. Entretanto, seguimos por largos caminhos, passando por Itero de la Vega, Boadilla del Camino e Frómista, a partir desta última população seguimos ao longo do Canal de Castilla. Canal este com longa história, uma obra de engenharia, com o objectivo de desenvolver o transporte fluvial e o regadio nos planaltos de Castela e Leão.

Antes de chegar a Carrión de los Condes, ainda parámos num bar, tipo “Jamaica”, penso eu que em Villacázar de Sirga, em que a música dominante era o reggae… onde deu para beber uns “champoos” e comer umas belas sandes de jambon, antes de nos lançarmos à “recta” final… até Carrión de los Condes.
Chegados a Carrión, por indicação de uma habitante, já com alguma idade, indicou-nos Hostal LA CORTE, em que através da negociação do Did, conseguimos um bom preço pela dormida… havendo 2 quartos disponíveis… 1 de 3 e 1 de 1 com WC privativo…. “tirámos à sorte” e fiquei eu na suite… eh eh…
Este Hostal também tem restaurante, com pratos muito bons, no entanto, o único senão é o pequeno almoço… deixa a desejar… porque os pequenos-almoços em Espanha são muito básicos, como tal, todos os suplementos são pagos à parte, sempre a somar, no entanto, gostámos muito, não tanto pelo preço, mas sim pelo simpático serviço, aconselho.
Para ver as fotos desta 4ª etapa: AQUI

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