segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

O "último do ano"...

É desta forma que o Pinto Infante, de ano para ano, nos faz ter a Lardosa no mapa do Btt para o tradicional “último passeio de btt” do ano…

E nestas coisas… os amigos não se fazem rogados… tendo como referência o convite para o “último do ano”… lá fui, cheio de entusiasmo e sem pressas… mesmo quando o frio me convidava a continuar no quente da cama…

Para além de um dia radioso de sol, para a prática de btt, foi com muito prazer que na companhia de caras bem conhecidas destas andanças nos fizemos aos trilhos propostos pelo Pinto Infante ao ritmo do som emanado pela radiofonia do Sr Joaquim sintonizado na Rádio Monsanto…

Com um misto de caminhos… numa extensão de cerca de 47km… onde por vezes nos intimidava pelo desafio ou dos trilhos ou do gado que se cruzava à nossa frente… não faltando a já tradicional surpresa deste passeio… e este ano foram uns enchidos assados com o tinto a acompanhar e uma fatia de bolo-rei para terminar… muito bom, ou não estivéssemos nesta época festiva….

Após um banho de água…. Gelada! Seguiu-se o almoço de confraternização!

Resta-me agradecer ao Pinto Infante pela sua disponibilidade e a boa vontade de proporcionar estes momentos, de puro prazer de Btt… Espero pelo de 2011, apesar do calendário de "não ajudar muito"… e Parabéns pela proposta para Abril/Maio… Conta comigo!!

Obrigado a ti e aos amigos pelo dia bem passado!

Continuação de Boas Festas!

ver reportagem aqui

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Discos substituíveis.... Superstar Components..

A marca inglesa Superstar Components para o ano de 2011 irá trazer estes novos discos substituíveis, ainda em desenvolvimento, disponíveis em vários tamanhos e cores.

Sua fabricação é baseada numa aranha de alumínio que suporta um disco em aço. Poder-se-á dispor de cores diferentes nas aranhas, como branco, verde, vermelho, dourado, azul eléctrico e azul-escuro. As medidas disponíveis vão desde os 160 milímetros até aos 180mm e 203mm.

Seu lançamento está previsto para início de 2011, com o peso abaixo de 100 gramas para a versão 160 milímetros. O preço de cada disco é de cerca de 30 €, e estará disponível no site da marca.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Os travões mais caros do mundo....

Se não me engano... estes são os travões mais caros do mundo, e o preço não é da marca, mas sim de um particular... um preço que deixa qualquer um de boca-aberta.
No Ebay encontrei um anúncio de uns travões para estrada, Campagnolo Record do ano 1968. Perfeitamente empacotados, com as instruções, calços originais, manetas, pontes... Uma verdadeira relíquia muito bem conservada, sem um km de uso e a que o dono lhe quis dar mais uma nuance: o preço...Todos ou a maioria de nós sabe que as peças antigas em bom estado, tendem a valorizar-se, mas quem teria pensado que chegasse a este ponto? Vamos directos ao assunto.... é pegar ou largar. Nada mais, nada menos 9.999 dólares (aproximadamente 7.577,87€)! Além das despesas de envio... claro.Fica aqui o contacto, caso estejas interessado: ebay

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Crenques Bor 666 XC

Os crenques 666 XC da marca Bor, são um dos produtos "top" desta marca alemã que tem um peso no mercado muito agressivo.
Com um design que lembra a Hollowgram, a Bor é uma alternativa no mercado de pedaleiros com aranhas substituíveis para as "Mountain Bike".


O peso para a versão 27/42 (dual-platter) é de 585 gramas, sem rolamentos. No entanto, existe também uma versão de tripla coroa com 625 gramas (igualmente com pratos, mas sem rolamentos) bem como uma versão para SRM.

Como podemos ver na imagem temos uma variedade de cores anodizadas e com cores: preto, vermelho, branco, laranja, dourado, verde e azul.
Entretanto, a Bor inclui uma variedade de rolamentos e pedaleiros para adaptar os seus crenques a qualquer tipo de quadro.

KIT BSA68 ......................: + 98 grs
KIT BSA73 ......................: + 94 grs
KIT Cannondale BB30: + 62 grs
Specialized KIT BB85 ..: + 60 grs
PRESSFIT90 KIT ..........: + 74 grs
KIT PRESSFIT92 ..........: + 72 grs
PRESSFIT30 KIT ..........: + 98 grs

mais informações em:
borbike.de

domingo, 12 de dezembro de 2010

SLR Monolink Team Edition Friction Free

A Selle Italia disponibilizou o selim que equipa os profissionais da estrada.


  • LORICA: Cobertura em Lorica com alta resistência à abrasão e durabilidade
  • EVA: Forro mais leve para o máximo conforto e amortecimento máximo
  • 30%: Concha feita a partir de 30% de compostos de carbono
  • ML: A tecnologia de carbono inovador que permite um ajuste no rail
  • FF: Reduz / elimina o atrito entre a parte interna da coxa e do lado do selim
  • TE: Team Edition personalizado
Peso: 130grs
Carris: em carbono
Tamanho: Largura 131 x Comprimento 275cm

Preço: 158,99€

mais informações <<< aqui

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Quando o Blog canta...

Caminhos de Fátima já tem credencial de Peregrino

Tal como acontece com os Caminhos de Santiago, foi recentemente constituída uma associação designada por Associação dos Amigos dos Caminhos de Fátima. Essa associação lançou, com o apoio do Santuário de Fátima uma Credencial do Peregrino que deve ser carimbada pelos locais de passagem. Toda a informação sobre a Associação, o Caminho e a Credencial em: caminho.com.pt

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Travões Magura MT8... para 2011

Magura lança os novos travões MT8, anunciando que será o mais leve já produzido, além de ser de um material completamente novo...Após dois anos de desenvolvimento, parece que a Magura encontrou o material adequado para a sua fabricação e produção. O designado "material X" provou ser o Carbotecture, um material com um elevado número de fibras de carbono incorporado numa matriz de termoplástico, é mais leve que o alumínio e extremamente resistente à fadiga e ao impacto, a força em relação ao peso é o dobro do alumínio ou do magnésio, e seis vezes superior à fundição de aço ou zinco.É que os Magura em carbono pesavam menos de 260gr, apesar de não especificarem o peso em particular, dizem que estes, são os travões mais leves que foram desenvolvidos até agora.
Quanto a preços... só se saberá quando do seu lançamento no mercado, que está previsto para a Primavera de 2011. Enquanto isso, podemos ver o site dedicado aos novos produtos da Magura, performance.com-missão

domingo, 5 de dezembro de 2010

Newultimate...

Na NEWULTIMATE tudo começou com um selim há 10 anos atrás e agora orgulhosamente apresenta para 2011 uma nova e vasta gama de componentes e rodas - para "pure racing", como dizemos. Uma empresa pequena mas apaixonada que se preocupa com os detalhes dos seus produtos, sem comprometer a qualidade e a segurança dos clientes.

O prato forte é o quadro em carbono com um peso que ronda as 1000 gramas
A bike na sua maioria é montada com muitos componentes da marca, os acabamentos negro e branco é a sua característica

Apesar do site estar ainda em construção, podes consultar o catálogo do mundo da NEWULTIMATE (clika aqui)

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Pirinéus Epic Trail...

O amigo Cabaço já lançou o desafio no seu blog (com o mesmo vídeo) para 2011.

e de facto vontade não me falta... vamos ver... porque para 2012, já está na calha outra aventura para os mesmos lados... ou seja, Pirinéus!!


terça-feira, 30 de novembro de 2010

BH Speedrom 2011

“A Speedrom BH 2011 suporta o pedigree de campeões. É uma máquina de alta performance que já teve lugar em tudo, desde o Tour da Califórnia ao Paris-Roubaix. A Speedrom oferece um desempenho de nível Pró-Tour com a estabilidade e a graça necessária para aqueles que querem um companheiro confortável em longos passeios. Ele sobe e acelera como um piloto de topo, mas inspira confiança em descidas sinuosas com precisão inigualável, estabilidade em linha recta e um passeio incrivelmente suave” bhbikes-us.com Bem… apesar de todas aquelas considerações, "comprei esta" bike em Junho, com as cores do próximo ano, 2011 (igual à imagem).
Ao fim de 1.400Km, nos mais variados perfis, de facto gosto bastante dela… Em carbono, veio equipada com ultegra 10 velocidades, pedaleiros em carbono FSA, espigão em carbono, as rodas eram Shimano RS10, estando agora calçada com umas K10 da Mavic…

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

As MAVIC YKSION K10...

É a primeira vez que um conjunto de rodas foi concebido pela integração de um pneu específico.

Para comemorar o 10 º aniversário da Ksyrium e melhorar a sua resposta, a Mavic desenvolveu conjuntamente as tecnologias da roda com a dos pneus, ISM3D pneus assimétricos, de duplo-composto e rolamento de grande porte radiado Isopulse.

É a Ksyrium com melhor resposta:

- Baixa inércia com a mesma rigidez: ISM3D

- Grande transmissão de força: PowerLink muito alta, irradiada Isopulse

- Baixa resistência ao rolamento: GripLINK Dual Compound

A Ksyrium mais leve: 2100 gramas, incluindo pneus e câmaras

Sistema roda-pneu seguro e resistente

- Rodas Super leves: aro Maxtal, raios Zicral, cubo dianteiro de carbono

- Tecnologia Mavic apresentada: aro Maxtal, união SUP, perfuração Fore

- Pneus duráveis e resistentes: Composto GripLINK Dupla, secção regular

- Peso: 1.470 gramas o par

Roda da frente: 638 gramas

Roda traseira: 832 gramas

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Destaques da época 2010 no Ciclismo

VI Trilhos da Raia | 17OUT10

É sempre um prazer percorrer os trilhos de Idanha-a-Nova... em especial estes trilhos, desde a primeira edição.
Os amigos da ACIN conseguiram ao longo destes anos, trazer para a ribalta do Btt os já afamados "Trilhos da Raia"...
Os adeptos do Btt fazem questão de marcar na sua agenda os "Trilhos da Raia", o que de ano para ano, faz com que o número de participantes aumente... originando aqui e ali algum desespero pelo facto de algum atraso na inscrição regularizada...
Pessoalmente, faço questão de estar presente... desde o primeiro... e já vamos a caminho do VII Trilhos da Raia em 2011.

Este ano, fi-los de forma descontraída na companhia dos amigos: Jorge Oliveira e Nuno Maia.

Certo que para 2011, lá estarei.

sábado, 20 de novembro de 2010

Alcains - Fátima 2010

Este foi o meu 2º ano a fazer esta peregrinação, tendo em conta que no primeiro ano só o fiz reconhecimento, que por razões profissionais acabei por faltar.

Este ano optei por conhecer novos trilhos, com reconhecimentos previamente feitos pelo amigo Cabaço, com zonas de paragem e de apreciação de gastronomia regional…

A “equipa” era formada pelos amigos Cabaço e o seu irmão Luís, o Nuno Eusébio, o Pedro Barroca, o João Afonso, o João Caetano, o Luís Lourenço e eu.Saí de Alcains, debaixo de uma chuva miudinha pelas 7h15 até Castelo Branco, para me encontrar com o restante pessoal e pouco depois das 08h seguimos o azimute na direcção do Sardoal, onde pernoitaríamos no final da 1ª etapa.

Para além de já ser o 2º ano, entretanto a ida a Santiago de Compostela, deu-me experiência para enfrentar estas distâncias de uma forma divertida, em que o planeamento é importante, a lista do que nos faz falta já começa a ser a mesma… e o espírito nestes trajectos é o de autonomia total, mantendo um ritmo baixo (não é uma prova) mas persistente, de modo a atingir os objectivos previamente estabelecidos. Para isso, para além da preparação física, é muito importante manter a máquina (bike) bem afinada e preparada para estas exigências de longa distância e desta vez debaixo de condições climatéricas um pouco mais exigentes.

Há algum tempo que deixei a chamada “competição” e aqui mais do que nunca, para além de “peregrino” essa vertente fica completamente de lado, dando origem à confraternização à inter-ajuda e à apreciação de cada recanto destes trilhos, e desta vez eram na sua maioria, novidade para mim. Aqui “houve mão” do amigo Cabaço, que com a sua mestria, apresentou-nos uns trilhos soberbos, aqui e ali mais exigentes mas na sua extensão foram de facto ESPECTACULARES! Chegámos ao Sardoal ao cair da noite, depois das máquinas lavadas, e devidamente parqueadas, fomos até à residencial, tomámos um banho bem quente e reconfortante. Depois de um jantar bem merecido, e como a residencial no rés-do-chão tinha um bar, foi aí que optámos beber umas fresquinhas antes de dormir.

Na manhã seguinte, bem cedo, iniciámos a 2ª e última etapa na direcção de Fátima.

A chegada deu-se por volta das 14h… com a satisfação de mais uma etapa concluída. Após a foto da praxe, e banho tomado, as famílias juntaram-se na apreciação de um farnel.

Quero deixar aqui, a todos os que me acompanharam, um abraço e que novos trilhos nos façam juntar… e às famílias… a paciência que têm para aturar estas “nóias”…

Muito obrigado a todos.

Fotos aqui >>>

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Ainda sobre o camiño... a opinião do Did.

“Desde miúdo que a bicicleta sempre teve para mim um misto de brincadeira/ aventura/ liberdade o que nunca imaginara era que ela me pudesse levar um dia tão longe...”

A minha vida profissional afastou-me de Alcains e consequentemente a hipótese de pedalar, pois Lisboa não é muito convidativa (aparentemente). Até que no ano 2000 por influência do amigo Paulo Fernandes re-descubro o BTT e a magnífica Serra de Sintra.

Apesar de estar habituado ao futebol e corrida, os 20/25km dos primeiros passeios significavam sempre um empeno terrível, felizmente com o treino os km aumentaram e os empenos diminuiram.

Mas o bichinho foi aumentando e cada vez que lia reportagens sobre evasões e grandes travessias, deliciava-me com aquelas aventuras que considerava inatingíveis, mas que no fundo adoraria poder um dia realizar.

O 1º grande teste foi a Travessia Cabo da Roca – Alcains (Maio 2008) realizado em autonomia total, juntamente com mais 6 amigos, com a duração de 3 dias.

O conviver com amigos que já haviam realizado o Caminho Francês e a partilha dessas experiências/aventuras levou-me a pensar que talvez não fosse de todo impossível partir numa aventura além fronteiras daquelas que eu só costumava ver nas revistas de BTT.

Após tentativa gorada duns amigos em realizar o Caminho Francês em 2009, resolvi agendar com tempo o desafio/ aventura para o ano seguinte.

Assim que falei com o pessoal do costume houveram logo muitos interessados
A preparação mental durou mais de 1 ano, assim como o planeamento da viagem, a escolha do equipamento, com grandes discussões sobre a melhor forma de levar o material, se Mochila, Alforges ou Extra Whell.

Felizmente nunca descurei a parte do treino, e apesar das limitações, consegui treinar sempre pelo menos 1 vez por semana, mesmo no inverno rigoroso com 4ºC e com chuva em Dezembro, deu bastante jeito para ultrapassar o que parecia por vezes inultrapassável.

Quando iniciei o tópico no ProjectoBTT.com os amigos começaram a manifestar interesse em participar, parecia que íamos fazer uma romaria tal era o nº de interessados, lembro-me de sermos pelo menos 14
No entanto, por motivos pessoais, profissionais, etc...
Apenas 4 puderam alinhar nesta aventura além de mim o Raptor, presente desde o início, o Malheiro confirmado duas semanas antes e o PGuedes limitado pelo calendário, tinha de trabalhar domingo 6 de Junho. Após conferenciar com os restantes aventureiros conseguimos antecipar a ida 3 dias, de forma a que o PGuedes pudesse aproveitar o máximo do Caminho.
Assim sendo, saímos a 30 de Junho e não a 2 de Julho como inicialmente previsto.
A grande baixa de última hora foi o Bête des Vosges
Mas ainda assim não nos quis deixar partir sem se ir despedir de nós, deixando-nos à entrada do mítico Sud-Express.

Após mais de um ano de planeamento, pesquisa, reuniões virtuais, treinos... de repente vemo-nos a caminho de França no mítico sud-express.
Mas a verdadeira sensação de estar no Caminho só aconteceu após ter o 1º carimbo na Credencial, na Citadela de St Jean Pied de Port!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Listagem....

Olá...

depois de passados quase 4 meses desta aventura, deixo aqui uma listagem possível para quem estiver interessado, tendo sido aquela que serviu de orientação para a minha peregrinação...

(clika na imagem)

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Diário de bordo...

Olá a todos...
fica aqui o "diário de bordo"....

estes valores foram registados pelo GPS do Did...

quanto às avarias, as 2 primeiras foram registadas na bike do BMalheiro e a avaria nos óculos, foram nos do Did....

Como podem ver, esta peregrinação foi planeada ao pormenor... na próxima mensagem, colocarei uma listagem individual, que na fase de preparação achámos adequada ao evento... e poderá servir para situações de longa distância e em autonomia.

Abraço

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A Fé move montanhas....

O amigo Pedro Guedes (PGuedes) iniciou o caminho connosco, no entanto por motivos profissionais deixou-nos em Astorga.
Como ficou encantado pelo Camiño, na primeira oportunidade(passado um mês)voltou e iniciou-o precisamente no mesmo local onde o "abandonou"... há dias vi as suas fotos e revi-me novamente no Camiño... deixando-me com "água na boca"...

Foi ao ver o álbum dele que fiquei estupefacto... e após lhe pedir autorização, aqui deixo uma das suas fotos... para nos fazer meditar... a força (fé) que o caminho nos transmite...

"a fé move montanhas"

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Etapa 8 - Palas del Rey - Santiago de Compostela

Última etapa… acordámos cedo… queríamos chegar rápido a Santiago… tomámos o “último pequeno-almoço” numa das pastelarias da cidade… neste dia vestimos os equipamentos a condizer com a chegada… eu vesti o dos Papa-léguas… dentro de mim sentia que estava próximo do fim este desafio… fazer o Caminho Francês…

Saímos de Palas del Rey, pela estrada principal, entrando de imediato nos caminhos rurais e por vezes em estradas secundárias… tantos peregrinos a pé… passámos em San Xulián, Casanova, Laboreiro (primeira localidade da Coruña) e Furelos, onde iniciámos a 1ª subida do dia para chegar a Melide. Aqui confluem o Caminho Primitivo com o Francês, vindo de Oviedo.

De Melide a Arzúa avançámos por caminhos entre espessos bosques de carvalhos, pinheiros e eucaliptos, cruzando, atravessando ribeiros num contínuo sobe e desce… Em Arzúa, conflui o Caminho do Norte com o Francês. Continuamos num sobe e desce em florestas com trilhos extensos, sem passar em qualquer aldeia ou cidade com serviços… entretanto surgiu à beira da estrada um bar, Casa Verde, que deu para recuperar forças e alimentar o espírito… continuando na nacional passamos por Boavista, Salceda chegámos ao Alto de Santa Irene.

Iniciámos uma descida longa, passando nas cidades Rua e Pedrouzco, aqui é a última população, que a maioria dos peregrinos a pé utiliza para passar a última noite, pois dista só 20km de Santiago. O ritmo começa a aumentar, estamos quase, mas o sobe e desce continua… passámos em Amenal, Cimadevila. Como o próprio nome indica… mais uma subida longa, mas suave… continuamos a cruzar com imensos peregrinos, tanto a pé como de bike. Chegamos a Labacolla, através de um trajecto, circundando o seu aeroporto (o maior de Galiza) deixando-o na esquerda descendo para San Paio e chegando a Labacolla urbanizada, começando a subir para o Monto do Gozo… por uma estrada secundária, passando junto às antenas de várias rádios/tv espanholas.

Chegados ao Monto de Gozo… tirámos as fotos da praxe, mais uma vez, e foi num misto de alegria e um nó da garganta que avistámos Santiago e as torres da Catedral… estava tão perto… ao fim de mais de 800km… carimbámos a credencial na Ermida de S. Marcos e iniciámos a descida para Santiago.

Chegámos a Santiago entusiasmados, entrando pela Praça del Obradoiro, no sopé da majestosa Catedral de Santiago de Compostela. Tínhamos CONSEGUIDO! Sorrisos, com pequenas lágrimas a correr no rosto… era assim a nossa alegria ao fim de cerca de 890Km (marcados no meu conta quilómetros)… tirámos fotos e mais fotos.

De imediato fomos levantar a Compostela, certificado que dava como concluída a peregrinação pelo Caminho Francês.

Como este ano, é ano Jacobeo, o túmulo do apóstolo Santiago, encontra-se aberto a todos os visitantes e peregrinos.

Após a visita à Catedral, com todos esses rituais significaram para mim o FIM, para o que se tornou sem dúvida um dos momentos mais emocionantes e memoráveis da minha vida.

Depois, fomos tratar da vinda para Portugal. Após várias hipóteses, decidimos vir de táxi para o Porto e aí cada um apanhar um comboio para as suas residências.

Como sabem, o Caminho Francês, é um dos caminhos mais importantes que nos leva a Santiago de Compostela. Existem mais, e aqui fica o desafio, com a certeza que outros irei fazer… quando? Não sei… mas a vontade já é uma realidade…

Transcorridos praticamente dois meses da minha chegada de Santiago, confesso que o Caminho ainda permanece indelevelmente impregnado na minha memória. O eco das emoções lá vividas persistem a reverberar no meu espírito.

Compreendi, no fundo, que somos todos viajantes efémeros, e o importante é que aproveitemos esses bons momentos que nos são oferecidos. Santiago proporcionou-me um caminho sem percalços, agradeço-lhe pelos incontáveis instantes mágicos vividos ao longo do Caminho, com a mente repleta de inesquecíveis lembranças boas, que só el Camiño nos pode proporcionar.

Bem sei, que nem tudo no Caminho foram flores. Para superar as dificuldades e suportar as dores físicas, precisei de firmeza nos meus propósitos. Foi também um período de intensa aprendizagem interior, onde compartilhar era o verbo mais conjugado, e solidariedade, a palavra que reputo como a mais indicada para resumir o que de melhor vivi nesta aventura.

O verdadeiro Caminho de cada um, começa realmente quando retornamos a casa. Voltei mais forte com a razão, porque quem se propôs vencer 800 e tal quilómetros sob tantas dificuldades, pode superar com serenidade os obstáculos que nos são impostos no dia-a-dia.

Voltei mais optimista em relação ao “Caminho da Vida”. No fundo, o Caminho acaba sendo um pretexto para mudanças, para uma grande reviravolta de rumos, sonhos e aspirações, sacudindo a poeira do tédio e da rotina sufocante do nosso quotidiano, que tanto nos angustia, sufoca e limita.

Por isso, mais do que nunca, tenho a certeza de que ao fazer este Camiño, foi uma das decisões mais acertadas que tomei na minha vida e aí agradeço o convite do Didier.

Agradeço, aos meus companheiros e amigos, aos que me acompanharam, aos que me motivaram, aos que seguiram de perto o desenrolar das etapas, aos que agora lêem estes textos… o meu OBRIGADO.

Bom Caminho a todos! Ultreya!



Fotos da etapa aqui >>

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Etapa 7 - Trabadelo - Palas del Rey

Após uma noite bem repousada, e um pequeno-almoço bem preparado pela Esperanza, depois de lhe dizermos que iríamos a subir o Cebrero, pelo caminho dos peregrinos pedestrianistas… chamou-nos de “loucos”… coisa impossível… ela, que tinha feito no ano passado, lhe custou imenso, quando mais em cima de uma bike…

Eu pessoalmente, pensei… “ai ai… vai custar”… mas o espírito peregrino é superior… e respondi… “vamos pois… depois mandaremos uma foto com a prova que o subimos de bike”…

E foi neste espírito que nos fizemos à estrada pelas 07h30… pouco depois de Vega de Valcarce iniciámos a mítica e magnífica subida a O Cebreiro, ao som do rio com o mesmo nome (Valcarce)… passámos pelos primeiros peregrinos (ainda em zona de asfalto)uns a subir e um outro com o seu cavalo em sentido contrário. A subida começa por entre um bosque fresco e bonito, com algumas partes bastante dura e técnica, mas sem dúvida, inolvidável.

Durante a subida passámos por várias e pequenas aldeias, Las Herrerías, La Faba e Laguna de Castilla, antes da entrada vitoriosa no precioso povo de O Cebrero (a 1.300m de altitude), o primeiro de Galiza, a terra prometida do peregrino. Pelas fotos pode-se testemunhar a beleza do trajecto… por vezes, e esta não foi a primeira vez, fiquei com a sensação de estar bem perto daquilo que designamos por Céu.. pelo silêncio, é uma beleza única… em que a única coisa que nos liga à realidade é a indicação das setas amarelas… que nos dizem… “segue… buen camiño”… cada vez mais “altos”… encontrámos um peregrino italiano e ficou estupefacto, quando viu três loucos na sua persistência… aproveitámos para nos tirar uma foto.

O suor persistia em arder nos olhos… pouco a pouco fomos sendo engolidos pelo nevoeiro que envolvia o cimo de Cebrero… indicação que estamos “quase”… mais peregrinos encontrámos… uns sorriam outros só nos olhavam, como que dizendo… é duro… e chegámos… envolvidos num nevoeiro frio, com um largo sorriso nos lábios, …tínhamos conseguido!! Entrámos de imediato na igreja, talvez numa inconsciência, agradecendo pelo feito, ao som dos cânticos gregorianos, carimbámos a credencial, vimos a arquitectura espectacular desta pequena igreja, bem como o casario que a envolvia… entretanto, entrámos num pequeno bar para beber um cacau bem quente… porque de repente o suor passou a ser um frio desconfortável.

Aqui tive a sensação que o resto do camiño seria menos difícil… e que Santiago estava “perto” e foi com este pensamento que à mesma altitude, passámos por Linares, Hospital da Condessa, Padornelo, e de repente Alto de Poio… uma subida dura, mas curta, onde tirámos uma foto junto à estátua do peregrino (Alto de S. Roque).

Mais à frente chegámos a Fonfría, lugar onde iniciámos a longa descida a Tricastela, população situada a 650 metros de altitude, onde almoçámos o tradicional prato espanhol de polvo. À saída de Tricastela optámos pelo trajecto que passa pelo vale de San Xil na direcção de Sarria. A partir daqui, começámos a desfrutar a intensidade da Galiza rural, profunda e mágica. À saída de Tricastela, temos logo o Alto del Riocabo, que se ultrapassou sem grandes dificuldades, encontrando caminhos rurais, de terra e estradas secundárias. Aqui começámos a sentir aquele cheiro intenso e persistente de vacas que se encontram a pastar nos campos de Galiza. É neste ambiente de floresta que vamos passando por pequenas aldeias sem qualquer tipo de serviços, só aqui e ali é surgiam habitantes na sua azáfama rural. Antes de chegarmos à importante cidade de Sarria, passámos ainda em Montán, Furela, Calvor e San Mamede.

Foi em Sarria que encontrámos um português, que nos cumprimentou e após nos desejar um “buen camiño” disse-nos que estava a fazer o Caminho Francês em sentido inverso, desde Santiago até Saint Jean Pied du Port.

A saída de Sarria, continuamos no mesmo tipo de caminhos rurais, entre muros de pedra, onde vemos as vacas nas suas pastagens. Aqui passamos por muitas e pequenas aldeias, que mais parecem ter parado no tempo: Barbadelo, Morgade, Ferreiros, Miralles…. onde a natureza nos mostra toda a sua plenitude. É neste tipo de trilhos, tipo sobe e desce… trilhos muito técnicos tanto a subir como a descer… onde o cansaço de seis dias em cima da bike, em média 8horas/dia, começa a fazer-se sentir o cansaço.

Chegamos a Portmarin, após uma descida, rápida mas muito técnica.. atravessando o Rio Miño (rio Minho)… iniciando a subida até ao centro da cidade, onde repusemos os líquidos com os já famosos “champoos”.

Aqui decidimos ir dormir a Palas del Rey… pouco mais de 30Km, o que era isto comparado com as centenas que já tínhamos feito?! Meus amigos, foram dos 30km mais duros do caminho… continuando com a mesma tipologia atrás descrita, nos contínuos “sobes e desces” muito técnicos, em que o cansaço era visível nos rostos e com vento lateral muito forte… e foi assim que chegámos a Palas del Rey, cidade com todo o tipo de serviços, havendo inclusive serviços exclusivos para peregrinos, aliás foi um importante enclave nas peregrinações na idade média. Ainda tentámos ficar num desses lugares, mas pelo adiantado da hora, alguns já se encontravam lotados, optámos pela residencial associada a um bar com o nome de “Bar Britania”, não pelas condições, mas sim pelo preço. Aqui por unanimidade, o nosso benjamim, o BMalheiro teve direito a ter um quarto só para si… eh eh…

Aproveito, para quem ler estes relatos, se por acaso passarem por aqui, evitem esta residencial, nota-se que é uma coisa adaptada aos peregrinos… tem os mínimos essenciais mas de muita má qualidade, tanto em termos de quartos como de instalações sanitárias….

Amanhã… chegada a Santiago.

Todas as Fotos aqui >>


sábado, 31 de julho de 2010

Etapa 6 – Astorga - Trabadelo

Iniciámos esta etapa só com 3 elementos, o PGuedes por questões profissionais, teve que ficar em Astorga.

O grupo ficou constituído por 3 elementos, o Didier (Did) o Bruno Malheiro (BMalheiro) e eu..

Depois de sair de Astorga iniciámos a subida aos Montes de León, numa subida suave, mas constante. Nesta terra de antigos transportadores, as populações, têm nomes bizarros, pequenos e meios abandonados, passámos por Castrillo Polvazares, Murias de Rechivaldo, Santa Catalina de Somoza, em El Ganso, com um bar muito conhecido a que tirei uma foto, Rabanal del Camino (povos com menos de 50 pessoas) e Foncebadon (aldeia abandonada há alguns anos atrás). Foncebadon, situada a meia encosta, surgiu-nos quando o suor já nos escorria pelo rosto… em que nos indica que estamos perante o primeiro teste a seguir aos Pirinéus.

O Did ia à frente pelo trilho dos pedestrianistas, o Bruno Malheiro, farto destes trilhos muito técnicos, e com muitos peregrinos, (estávamos no fim de semana), decidiu fazer por estrada, eu mantive o espírito inicial, ou seja, segui o Did. O primeiro a chegar a Focebadon foi o Did, esperava-nos num albergue espectacular… as bebidas era à nossa conta, a comida, fruta, bolachas e doces de barrar, com vários sabores era por conta da casa, só nos era exigido no fim, uma contribuição. Escusado será dizer que só saímos dali, após repostas as calorias perdidas neste trajecto inicial. Em pouco mais de 15 minutos chegámos à Cruz de Ferro, como um marco simbólico e localizado mais de 1.500 metros. Após as fotos da praxe…. iniciámos a descida, após atravessarmos um pequeno trajecto plano, cheios de adrenalina, pelas constantes inclinações, pedras soltas e singles-tracks de cortar a respiração. Chegámos até Manjarín, localizada na encosta, junto a uma estrada, em que tirei uma foto ao Bruno Malheiro.

A descida tornou-se longa e difícil, até Ponferrada (até aos 550 metros de altitude), capital da região do Bierzo. Esta região tem a forma de uma grande caldeira rodeada por montanhas, e é justamente esse isolamento físico que moldou uma paisagem claramente diferenciada, mas espectacular, do resto da província de Léon. Por outro lado, é uma das regiões mais ricas de toda a região autónoma, dada a sua indústria de minérios, a produção de vinho e de potencial turístico. Durante a descida até Ponferrada, com declives acentuados em alguns trilhos, passamos por El Acebo, uma aldeia muito bonita, Riego de Ambrose, e pela bela cidade turística de Molinaseca, onde parámos para repor os líquidos e comer um gelado, junto à sua Ponte Medieval.

Dirigimo-nos para Ponferrada cruzando o rio Sil pelo mesmo lugar onde antigamente existia a ponte de ferro que dá o nome à cidade (Pons Ferrata). Depois, após passarmos por largas avenidas, chegamos a Compostilla, onde ainda existe uma enorme de uma central térmica (em ruínas). Seguimos o caminho em asfalto, cruzando ao princípio várias urbanizações e, mais à frente, vinhas.

Passámos pelas povoações de Columbrianos, onde almoçámos num café muito simpático, Fuentes Nuevas, Camponaraya e Cacabelos. Cacabelos, situa-se no vale do rio Cúa, apresenta uma disposição urbana alargada seguindo a direcção do camiño, sendo o seu eixo principal a actual via dos Peregrinos.

Saímos de Cacabelos seguindo a nacional e continuamos mais à frente por largas pistas de terra, nessa tarde estava muito calor e vento, onde o pó era uma constante, rodeadas de vinhas até a Villafranca del Bierzo, capital cultural do Bierzo.

Villafranca del Bierzo está situada na confluência dos rios Burbía e Valcarce, e apresenta um conjunto urbano com um grande património histórico e cultural. Saímos de Villafranca del Bierzo, seguindo o vale do rio Valcarce (o caminho histórico) por um caminho horrível asfaltado ao lado da nacional, estrada esta quase sem tráfego, desde a abertura da auto-estrada (dito pela Esperanza). Pelo vale de Valcarce, estreito em algumas zonas, bem “juntos” à nacional passamos por Pereje, e chegamos a Trabadelo, local que escolhemos para passar a noite, para no dia seguinte, enfrentar a subida a O Cebreiro pela manhã.

Ficámos no albergue municipal, onde a funcionária Esperanza, nos recebeu lindamente, muito simpática, prestável e muito atenciosa. Este albergue tem instalações modernas e agradáveis, tem todos os serviços, nomeadamente, bar, restaurante, esplanada, sala de televisão, net, lavandaria, e muita simpatia… Fizemos questão na manhã seguinte, antes de nos fazermos ao camiño, tirar uma foto em conjunto, os 3 com a Esperanza.

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