terça-feira, 6 de julho de 2010

Etapa 3 – Villamayor de Monjardin – Belorado

Desde esta última localidade, até a Los Arcos, pedalámos numa extensão cerca de 12km sem serviços, desfrutando, mais uma vez, de belas e solitárias paisagens.

A planície e a solidão estendem-se até Torres del Río e, mais à frente, seguindo um trilho com algumas subidas e descidas, chegamos a Viana, considerada a última cidade da província de Navarra, mais uma vez cruzámo-nos com muitos peregrinos a pé. Aqui tivemos o primeiro e único percalço… um dos apoios do suporte da bike do BMalheiro partiu-se. Aí, surgiu o amigo Jamal (de origem árabe), fervoroso adepto do Barça deixando de imediato o seu trabalho, (mecânico de automóveis) e reparando na hora o apoio, sobre críticas do patrão… após uma solta eficaz, deu-se 10€ pelo seu trabalho e o camiño continua… agora cruzando algumas zonas industriais, até Logroño, primeira cidade, e capital, da comunidade de La Rioja. Entramos na cidade pela zona velha através da Puente de Piedra, sobre o rio Ebro. As vinhas e as terras de regadio são agora a paisagem dominante, passando de amplos vales para suaves montanhas. À saída de Logroño passámos pela área recreativa do parque de La Grajera, e mais à frente chegamos a Navarrete. Agora por caminhos largos, por vezes rochosos e piso com cascalho, encontrámos o único português de bike, neste caminho. Seu nome Francisco Soares de Portalegre, após vários quilómetros com a sua companhia… separámo-nos, num alto de uma colina… e seguimos até Nájera, onde almoçámos, junto ao rio Najerilla.

Após um farto almoço, iniciámos o caminho com uma pequena mas íngreme subida, onde de repente entrámos num vale, com vista sobre a serra La Demanda e na companhia de intermináveis campos de cereais, com imensos cruzamentos e caminhos labirínticos, em que a procura das setas amarelas, redobram a preocupação de seguir o trilho pelo GPS, chegamos à pequena cidade de Azofra, onde o abastecimento de água é muito importante, por se tratar de um trajecto longo (quase 16km) até Santo Domingo de la Calzada. Neste percurso labiríntico, numa curva à direita, encontrámos “abandonada” uma caixa de plástico, com cervejas, sumos e águas, com o respectivo preçário, envolvidas em água com gelo e à sombra de um guarda-sol…

É um longo e bom trilho, no entanto, com calor torna-se “infinito”… até que de repente, deparamo-nos com um campo de golfe à nossa esquerda, que acompanha uma enorme e moderna urbanização (às moscas) sinal da crise…Santo Domingo de la Calzada é uma cidade Jacobea na sua essência e origem.

A partir daqui, para o peregrino, surge a dura “digestão” de uma etapa feia e com muito asfalto. Por incrível que pareça, o caminho francês, é o primeiro Itinerário Cultural Europeu, reconhecido mundialmente, no entanto, existem vários pontos em que se faz ao longo de várias estradas nacionais, onde carros e camiões ameaçam o peregrino, onde por vezes 35 toneladas atingem velocidades estonteantes. O peregrino despede-se de imensa planície riojana, dando lugar aos grandes campos de cereal de Burgos.

A nossa etapa continua por terras burgalesas, nomeadamente por Redecilla del Camino, Castildelgado, Viloria de Rioja, Villamayor del Río e a esperada chegada a Belorado.

Aqui pernoitámos no albergue H Albergue, bastante simpático, com restaurante, cozinha, net, quartos de 4 pessoas, garagem para guardar as bikes com lavagem e… piscina, em que não se fizeram rogados o Did e o BMalheiro, apesar do frio da água!!!

Fotos desta etapa AQUI

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