O Caminho Francês é um itinerário jacobeu (dia do martírio de Santiago e nos anos em que o dia 25 de Julho, coincide com o Domingo - 2010) do Caminho de Santiago, com maior tradição histórica e o mais reconhecido internacionalmente, desde o final do séc XI.
Os primeiros textos sobre o Caminho Francês foram revelados por Aymeric Picaud e detalhava assim, a região da Galiza, há dez séculos atrás: “Abunda em bosques, é agradável pelos seus rios, os seus prados e as riquíssimas macieiras, as suas boas frutas e as suas claríssimas fontes; é rara em cidades, vilas e lavradios. Escassa em pão de trigo e vinho, abunda em pão de centeio e cidra, em gados e cavalarias, em leite e mel e em grandíssimos e pequenos pescados de mar; é rica em ouro e prata, e em tecidos e peles silvestres, e noutras riquezas, e sobretudo em tesouros sarracenos”.
O peregrino do século XXI, como eu, poderá comprovar, percorrendo a rota a pé, a cavalo ou de bicicleta, o que perdura e o que mudou deste relato feito há dez séculos atrás, a meio caminho entre a realidade e a lenda.
Lenda ou Tradição? Após fazer o caminho é uma experiência única, que renova o espírito e que deixa marcas no corpo e na alma. Percorrer o Caminho de Santiago é um exercício físico e espiritual, que necessita muita fé. Ao fazê-lo, trata-se de um período de reflexão interior e de descobertas a respeito de si mesmo. Daí, no fim cada um poderá dizer… “este foi o meu caminho”, porque na verdade é um caminho sem volta... é um caminho sem dono, sem fronteiras…. no entanto, é percorrido diariamente por milhares de pessoas.
Viver o papel de peregrino foi muito importante para mim, mesmo que por poucos dias (7). Foi esse papel que me motivou a escrever e criar este blog sobre os Caminhos de Santiago .
Enfim, Santiago de Compostela é o alvo, que todos os peregrinos deste caminho buscam, e que guarda as cinzas do Apóstolo Tiago na sua “sumptuosa” catedral. Recebeu este nome, porque a região é coberta por um céu de estrelas. Compostela possui o lendário significado de céu de estrelas, porque dizem que o norte da Espanha, onde se localiza o caminho, fica directamente abaixo da Via Láctea e segue linhas que reflectem a energia dos sistemas estelares. Sente-se que entre o universo e nós… existe a cumplicidade, senti isso no alto do Cebrero, pelo facto de o caminho ser vencido, pouco a pouco… pela nossa vontade interior.
Muitas pessoas perguntaram-me porque fui fazer o Caminho de Santiago. Ao início respondi… “Por desafio”… agora respondo… "Pensei que não fosse fácil, mas não sabia que era tão difícil." Querem saber se precisamos ir sós ou acompanhados, o que é melhor. Por causa disso, resolvi relatar a minha experiência sobre este assunto.
Estive acompanhado pelos amigos Did, BMalheiro e o PGuedes, mas durante o Caminho de Santiago de Compostela, reparei nas centenas de peregrinos que viajavam sós. Penso que a condição de “sós” será o meio de interiorizarmos e podermos sentir “mais”alguma coisa. Gostaria de sentir-me sozinho nas distâncias longínquas, de me “encontrar”. No entanto, senti que o Caminho faz-nos vencer.
Na fase de planeamento, e por forma a viver este desafio, ficou decido que o Camiño seria feito pelo trajecto dos peregrinos a pé, por forma a senti-lo na sua essência.
Vai ser difícil dar uma ideia de como correu esta aventura desde Saint-Jean-Pied-de-Port até Santiago de Compostela. Isto porque é um caminho cheio de inúmeras vivências e de emoções fortes com paisagens quase “infinitas”, onde se sente por vezes que a história parou no tempo. É sem dúvida um caminho mágico, onde se encontra gente de todos os cantos do mundo, encontramos peregrinos universais. Gente esta, sempre pronta a ajudar. Gente esta que nunca deixariam ninguém para trás, seja qual fosse a razão. Gente esta, que a sofrer respondem com um sorriso e desejam “buen camiño”… Gente esta, que merecem o meu respeito…
Uma coisa é verdade, se me perguntarem se é preciso ter pernas para fazer todo este caminho até Santiago de Compostela, só posso responder de uma forma: por tudo aquilo que vi e que senti é mais necessária a fé, mais força de vontade do que pernas. Digo isto, porque não vi nenhum atleta a fazer o caminho! É bem mais difícil fazer este caminho a pé do que de bicicleta. E vi centenas e centenas de gente a pé, onde a maioria delas seriam já pessoas a gozar a reforma. Aos poucos, e conhecendo cada um as suas limitações, cada dia que passava lá iam chegando cada vez mais à frente.
Foi esta diferença, que me fez pensar na “solidão” do Camiño… foi esta força de vontade que me fez respeitar quem o faz a pé…. É muito duro!! E foram estas sensações que me deixaram uma vontade interior de o fazer a pé… um dia, talvez.
Os primeiros textos sobre o Caminho Francês foram revelados por Aymeric Picaud e detalhava assim, a região da Galiza, há dez séculos atrás: “Abunda em bosques, é agradável pelos seus rios, os seus prados e as riquíssimas macieiras, as suas boas frutas e as suas claríssimas fontes; é rara em cidades, vilas e lavradios. Escassa em pão de trigo e vinho, abunda em pão de centeio e cidra, em gados e cavalarias, em leite e mel e em grandíssimos e pequenos pescados de mar; é rica em ouro e prata, e em tecidos e peles silvestres, e noutras riquezas, e sobretudo em tesouros sarracenos”.
O peregrino do século XXI, como eu, poderá comprovar, percorrendo a rota a pé, a cavalo ou de bicicleta, o que perdura e o que mudou deste relato feito há dez séculos atrás, a meio caminho entre a realidade e a lenda.
Lenda ou Tradição? Após fazer o caminho é uma experiência única, que renova o espírito e que deixa marcas no corpo e na alma. Percorrer o Caminho de Santiago é um exercício físico e espiritual, que necessita muita fé. Ao fazê-lo, trata-se de um período de reflexão interior e de descobertas a respeito de si mesmo. Daí, no fim cada um poderá dizer… “este foi o meu caminho”, porque na verdade é um caminho sem volta... é um caminho sem dono, sem fronteiras…. no entanto, é percorrido diariamente por milhares de pessoas.
Viver o papel de peregrino foi muito importante para mim, mesmo que por poucos dias (7). Foi esse papel que me motivou a escrever e criar este blog sobre os Caminhos de Santiago .
Enfim, Santiago de Compostela é o alvo, que todos os peregrinos deste caminho buscam, e que guarda as cinzas do Apóstolo Tiago na sua “sumptuosa” catedral. Recebeu este nome, porque a região é coberta por um céu de estrelas. Compostela possui o lendário significado de céu de estrelas, porque dizem que o norte da Espanha, onde se localiza o caminho, fica directamente abaixo da Via Láctea e segue linhas que reflectem a energia dos sistemas estelares. Sente-se que entre o universo e nós… existe a cumplicidade, senti isso no alto do Cebrero, pelo facto de o caminho ser vencido, pouco a pouco… pela nossa vontade interior.
Muitas pessoas perguntaram-me porque fui fazer o Caminho de Santiago. Ao início respondi… “Por desafio”… agora respondo… "Pensei que não fosse fácil, mas não sabia que era tão difícil." Querem saber se precisamos ir sós ou acompanhados, o que é melhor. Por causa disso, resolvi relatar a minha experiência sobre este assunto.
Estive acompanhado pelos amigos Did, BMalheiro e o PGuedes, mas durante o Caminho de Santiago de Compostela, reparei nas centenas de peregrinos que viajavam sós. Penso que a condição de “sós” será o meio de interiorizarmos e podermos sentir “mais”alguma coisa. Gostaria de sentir-me sozinho nas distâncias longínquas, de me “encontrar”. No entanto, senti que o Caminho faz-nos vencer.
Na fase de planeamento, e por forma a viver este desafio, ficou decido que o Camiño seria feito pelo trajecto dos peregrinos a pé, por forma a senti-lo na sua essência.
Vai ser difícil dar uma ideia de como correu esta aventura desde Saint-Jean-Pied-de-Port até Santiago de Compostela. Isto porque é um caminho cheio de inúmeras vivências e de emoções fortes com paisagens quase “infinitas”, onde se sente por vezes que a história parou no tempo. É sem dúvida um caminho mágico, onde se encontra gente de todos os cantos do mundo, encontramos peregrinos universais. Gente esta, sempre pronta a ajudar. Gente esta que nunca deixariam ninguém para trás, seja qual fosse a razão. Gente esta, que a sofrer respondem com um sorriso e desejam “buen camiño”… Gente esta, que merecem o meu respeito…
Uma coisa é verdade, se me perguntarem se é preciso ter pernas para fazer todo este caminho até Santiago de Compostela, só posso responder de uma forma: por tudo aquilo que vi e que senti é mais necessária a fé, mais força de vontade do que pernas. Digo isto, porque não vi nenhum atleta a fazer o caminho! É bem mais difícil fazer este caminho a pé do que de bicicleta. E vi centenas e centenas de gente a pé, onde a maioria delas seriam já pessoas a gozar a reforma. Aos poucos, e conhecendo cada um as suas limitações, cada dia que passava lá iam chegando cada vez mais à frente.
Foi esta diferença, que me fez pensar na “solidão” do Camiño… foi esta força de vontade que me fez respeitar quem o faz a pé…. É muito duro!! E foram estas sensações que me deixaram uma vontade interior de o fazer a pé… um dia, talvez.
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