sábado, 16 de julho de 2011

Walk21 - A pé ou de bicicleta


Castelo Branco é a primeira cidade portuguesa a assinar uma carta internacional de direito dos peões. Mais de metade dos habitantes usa o carro todos os dias.

Pôr os habitantes da cidade de Castelo Branco a andar a pé ou de bicicleta é o objectivo da Carta Walk 21, que a câmara municipal assinou esta semana. A cidade é a primeira a nível nacional a subscrever o documento internacional, que deverá levar a algumas mudanças na relação da cidade com os peões.
Mário Alves, consultor em transportes e responsável pelo Walk21 em Portugal, defende que andar a pé ou de bicicleta “podia resolver quase todos os problemas de mobilidade da cidade”. Mas o panorama actual mostra que o automóvel é que manda.
Apesar da cidade de Castelo Branco ter menos de cinco quilómetros de uma ponta à outra, um estudo feito por uma equipa da Escola Superior de Tecnologia mostra que 56% das que foram inquiridas possui uma bicicleta. O carro é utilizado todos os dias por 52% e apenas 42% anda a pé. A taxa de utilização do autocarro não chega aos 5%. Os números foram apresentados no seminário “Sustentabilidade nas deslocações  casa-escola”, que decorreu ao longo de dois dias na cidade  e que culminou com a assinatura da Carta Walk21 mas também da Carta Municipal de Direitos dos Peões. Retirar carros dos passeios ou alargando os mesmos para duas ou três pessoas se possam cruzar são algumas das ideias a aplicar.
“Para ser mais fácil atravessar as ruas há duas maneiras simples que é reduzir o número de carros e reduzir a velocidade”, diz Mário Alves. E nem é preciso gastar muito.
“O investimento feito para o modo a pé ou em bicicleta é muito menor do que para o modo rodoviário. Às vezes fazer uma rotunda ou um viaduto automóvel é o mesmo que criar as condições para andar a pé em toda a cidade”, refere o especialista em transportes.
Além do Walk21, Joaquim Morão, o presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, assinou ainda a Carta Municipal de Direitos dos Peões, em conjunto com a Associação para a Segurança Infantil e a Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados. Neste Caso Castelo Branco é a segunda cidade a fazê-lo, depois de Lisboa. (Jornal Reconquista – José Furtado)

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